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Lidando com a morte de seu pet

Quando um animal de estimação entra a nossa vida, inicia-se uma linda estória, cheia de momentos de alegria, diversão e aventuras. Nossa rotina muda, nos encantamos com suas travessuras, levamos para o veterinário, para os passeios e, de repente, nos vemos fazendo parte de um grupo social diferente: ‘os tutores de pet’. Ao longo do tempo compartilhamos uma ligação de amor que vai se intensificando cada vez mais. Eles passam a fazer parte da nossa família, nos acompanham e ajudam a superar dificuldades e os muitos desafios da vida, trazendo em cada travessura, latido ou miado e brincadeiras, uma sensação de significado e propósito, de que a vida vai além dos nossos problemas e podemos viver com mais leveza.

Por estes motivos, sentimos extrema dor e tristeza quando nossos queridos animais de estimação morrem. Um vazio toma conta do nosso cotidiano, naqueles lugares onde sempre esperávamos vê-los, ou levá-los para um passeio. Vivenciar esta dor (a dor do luto) é difícil, mas necessário para reconciliar esta perda. E a vivência deve ser física, portanto, permita-se sentir-se triste e chorar o quanto achar necessário para lidar com a dor que está sentindo. E seja gentil consigo mesmo, pois é um processo em que vários sentimentos virão à tona de diferentes formas, e em tempos diferentes.

Este é um processo que não tem sequência, cada um sente e vivencia as ‘etapas’ de forma muito individual e pessoal. Uma das mudanças mais marcantes é um vazio na nossa vida, pois somos tutores e, a partir de então, não somos mais. Ou seja, nos vemos (e nos vêem) como ‘aquela pessoa que vinha passear com aquele cachorro lindo neste parque’, ou ‘aquela que tem um gato super divertido que adorava brincar com bolinhas’. E quando nosso pet se vai, esta mudança precisa se ajustar à nossa nova realidade.

Nestes momentos, reconhecer a realidade da morte do nosso pet ajuda a estabelecer algumas alterações de rotina para se adaptar com esta ausência. Este reconhecimento acontece no tempo certo para cada um e é muito gradual. Pode levar dias ou meses, mas isso não importa. Apenas seja gentil consigo mesmo e prepare as mudanças do seu cotidiano de acordo com o que é suportável para você. Aceite a ajuda e o apoio de familiares, amigos e outras pessoas que vivenciaram a morte de um pet, compartilhando a sua estória e ouvindo a estória deles.

Ao compartilhar as estórias, aproveite para manter a lembrança de seu pet sempre viva. Seu amado pet sempre vai estar vivo em você. Porém faça isso com cautela, pois reviver as memórias pode ser muito doloroso. De qualquer forma, sempre deixe fluir todos os sentimentos nestes momentos. Expresse o que sente conversando ou escrevendo uma carta ou tributo, ou fazendo um novo álbum com as fotos favoritas. O importante é encarar a dor da perda, de forma gradual e respeitando os seus limites. Lembre-se sempre que trabalhar os seus sentimentos é mais efetivo que ignorá-los.

Este também é um momento para reconectar com nossas crenças e contemplar qual o significado de termos a honra de conviver com um animal querido em nossas vidas. Não é necessário obter respostas neste momento, apenas contemplar a beleza da vida e de todos os momentos felizes e tristes, pensando na oportunidade de aprendizado deste período de convivência. A ligação que temos com nossos pets é muito especial e única, por isso nosso luto não é maior, nem menor do que dos outros. Ele é único e insuperável cheio de altos e baixos, como ondas de emoções incontroláveis que vem e vão, infinitamente.


Katia Atoji – em homenagem ao meu querido Nino, companheiro felino durante 10 anos.

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