probióticos

Probióticos para cães e gatos

Cães e gatos são nossos grandes companheiros. Eles compartilham os mesmos desafios de estilo de vida que nós humanos enfrentamos. E é nossa responsabilidade manter a saúde e o bem-estar deles. Uma das formas de mantê-los saudáveis é fornecer uma dieta nutricionalmente balanceada. Porém, mesmo com todos os cuidados, é inevitável a exposição deles a patógenos e situações que causam estresse, reduzindo a resistência à doenças. Ao observar o microbioma, é possível monitorar se a dieta está adequada e, consequentemente, a saúde e o bem-estar dos nossos companheiros estará garantida.

O que são probióticos?

Quando o microbioma está desequilibrado, é possível fazer um transplante de microbiota fecal (TMF – veja nosso artigo). Porém é possível fornecer microrganismos vivos, conhecidamente benéficos para favorecer o microbioma. Isso mesmo, microrganismos vivos! Estes microrganismos vivos que são administrados por via oral para os nossos queridos, são os probióticos. Portanto, probióticos são microrganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas geram efeitos benéficos sobre a saúde do hospedeiro. E de acordo com a Associação Científica de Probióticos e Prebióticos (Hill et al., 2013) estes microrganismos, além de estarem vivos, devem causar efeitos benéficos cientificamente comprovados para o hospedeiro e os produtos que contêm probióticos devem especificar quais são e a quantidade dos microrganismos vivos que estão sendo disponibilizados.

Quais o benefícios dos probióticos?

Os possíveis benefícios dos probióticos em pets incluem: a modulação do sistema imune, o auxílio à manutenção do estresse, proteção de infecções causadas por enteropatógenos, controle de alergias e da obesidade. Existem diversos modos de ação dos probióticos sobre o hospedeiro incluindo: produção de compostos antibacterianos, competição com patógenos por nutrientes e por sítios de adesão, alteração do metabolismo microbiano, estímulo da imunidade, dentre outros.

Algumas espécies de lactobacilos demonstraram atividade antimicrobiana in vitro e boa adesão ao muco intestinal, alterando o microecossistema intestinal por sobreviver e dominar o intestino delgado de cães. Estas bactérias foram capazes de inibir a adesão de enteropatógenos comuns como Enterococcus canis, Clostridium perfringens, Salmonella enterica ser. Typhimurium ao muco intestinal canino in vitro. O Enterococcus faecium foi administrado para cães saudáveis e reduziu a quantidade de bactérias dos gêneros Staphilococcus e Pseudomonas, aumentou a quantidade de bactérias ácido láticas, porém não afetou a quantidade de Escherichia coli (E. coli). O fornecimento de Lactobacillus acidophilus na dieta de cães saudáveis aumentou a quantidade de Lactobacillus, reduziu a de Clostridium nas fezes, e além disso, melhorou os parâmetros sanguíneos e imunológicos.

Os efeitos dos probióticos sobre sistema imune foram estudados em humanos, e foi demonstrado que probióticos causam um efeito adjuvante às respostas imunológicas. A interação das bactérias probióticas com os linfonodos mesentéricos pode resultar em uma regulação imunológica contra patógenos intestinais e antígenos presentes nos alimentos. Ou seja, os probióticos melhoram a barreira mucosa contra patógenos e melhoram a apresentação de antígenos pela ativação e secreção de muco no intestino. Por exemplo, probióticos inibem a adesão e, consequentemente, os danos ao intestino causados pela E. coli patogênica.

Probióticos têm o potencial de controlar os níveis de lipídios e proteínas nos animais. A administração de E. faecium para cães saudáveis por uma semana foi suficiente para reduzir os níveis de lipídios e proteínas e o nível de colesterol atingiu seu nível fisiológico. Já a administração de L. fermentum aumentou os níveis de lipídeos e proteínas e reduziu os níveis de glicose no soro de cães.

Estudos demonstram que probióticos também reduzem a ocorrência de diarreia, uma ocorrência muito comum em cães e gatos. Os efeitos benéficos sobre o padrão de citocinas intestinais e sobre a microbiota têm relação com a redução do números de enteterobactérias e aumento dos lactobacilos nas fezes. Existem evidências de que probióticos podem ser utilizados para combater infecções por Helicobacter, uma bactéria associada à gastrite em cães e gatos.

Probióticos podem ser a forma inovadora de manter a saúde dos animais, porém é necessário observar quais são os microrganismos que causam efeitos benéficos que estão comprovados cientificamente. O microbioma é uma comunidade de microrganismos que ajuda a manter a saúde e o bem-estar dos animais. E entender como os diversos fatores, como alimentos, prebióticos e probióticos afetam esta comunidade é importante para conseguir os efeitos benéficos e manter a saúde e o bem-estar dos nossos queridos companheiros!

Quer saber como está o microbioma intestinal do seu cachorro ou gato? Faça os exames Dogbioma ou Catbioma com a Petbiomas!


Escrito por Flavio O. Francisco, PhD

Mais informações nos artigos abaixo

Grzeskowiak, L. et al. 2015. Microbiota and probiotics in canine and feline welfare. Anaerobe. v. 34, p. 14-23.

Marciňáková et al. 2006. Oral application of Enterococcus faecium strain EE3 in healthy dogs. Folia Microbiologica. v. 51, n. 3, p. 239-242.

Strompfová, V. et al. 2006. Application of potential probiotic Lactobacillus fermentum AD1 strain in healthy dogs. v. 122, n. 2, p. 75-79.

Walker, W. A. 2008 Mechanisms of action of probiotics. Clinical Infectious Diseases – Probiotic Mechanisms. v. 46, suppl.2, p. S87-S91.

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