A disbiose intestinal ocorre há um desequilíbrio do microbioma intestinal. Distúrbios gastrointestinais como a doença inflamatória intestinal (DII), a colite granulomatosa ou a síndrome do intestino irritável (SII), foram associadas a este desequilíbrio do microbioma tanto em seres humanos, como em animais.
Várias pesquisas estão focadas na avaliação da microbiota bacteriana e os métodos para caracterização dela. Porém, ainda não existe um padrão que relacione a disbiose com as doenças gastrointestinais. Atualmente a melhor abordagem é realizar a identificação das bactérias do microbioma intestinal, detectar o desequilíbrio do microbioma e realizar abordagens para restaurar a normobiose, que é o equiíbrio do microbioma intestinal.
Esta identificação só é possível graças à técnicas biomoleculares que utilizam a amplificação dos genes 16S rRNA, como as técnicas da Petbiomas! Identificar as bactérias do microbioma intestinal, ajuda a descobrir se o desequilíbrio está presente. E para uma abordagem mais eficiente é necessário relacionar com os sinais clínicos, por isso sempre consulte seu veterinário! Ao restaurar o complexo ecossistema dinâmico, a produção de metabólitos importantes também é restaurada e a saúde intestinal e geral dos nossos queridos pets (e nossa também) estará garantida!
Existem 10 vezes mais células microbianas em nosso TGI (aproximadamente um trilhão) do que todas as células do organismo do hospedeiro (veja nosso outro artigo). Estes números indicam que existe uma complexa relação entre a microbiota intestinal e o hospedeiro. E esta complexidade deve ser sempre considerada para entender melhor a importância de um microbioma equilibrado para a manter a saúde e imunidade do seu pet.
Mas afinal, a disbiose é a causa da doença gastrointestinal, ou a doença gastrointestinal é a causa da disbiose?
Esta pergunta é difícil de responder, porém sabe-se que ambos podem ocorrer. Isto porque a inflamação (doença) vai causar disbiose que, por sua vez quando presente, é um fator de risco para aumentar a inflamação. Portanto, uma vez que instalada, ela se torna o agente central do ciclo doença-inflamação-disbiose-inflamação-doença. Assim, o restabelecimento da normobiose deve ser sempre o resultado desejado do tratamento.
O microbioma intestinal é a comunidade de todos os microrganismos (bactérias, fungos, protozoários e vírus) que habitam o TGI. Embora muitos ainda utilizem o termo ‘microflora’, o termo mais adequado é ‘microbiota’. As bactérias são os microrganismos mais abundantes no TGI e, até recentemente, a identificação de bactérias presentes no TGI era realizada por meio de cultura bacteriana tradicional em placas de Petri. Porém, a grande maioria das bactérias do TGI não pode ser cultivada com estas técnicas tradicionais.
A análise da complexa microbiota intestinal precisa ser feita para descobrir um desequilíbrio. Porém, apenas uma coprocultura ou um exame coprológico funcional, não são suficientes. É necessário realizar exames que utilizam métodos moleculares, principalmente direcionados ao gene 16S rRNA usando primers bacterianos universais amplos que permitem o reconhecimento e identificação da microbiota bacteriana. Atualmente, este é um padrão reconhecido que permitiu o estudo dos microbiomas de cães e gatos, e suas relações com a manutenção da saúde.
Até o momento não existem padrões específicos de disbiose para doenças gastrointestinais ou enteropatias crônicas que possam ser utilizadas como forma de diagnóstico. Esta interpretação é difícil, pois há uma grande sobreposição dos padrões dentre as várias doenças gastrointestinais. Porém, alguns índices que medem o desequilíbrio do microbioma e ensaios para determinar os níveis de metabólitos funcionais microbianos estão sendo avaliados com a possibilidade de utilização diagnóstica e terapêutica.
A Petbiomas tem o teste de microbioma intestinal que vai te ajudar a descobrir se os microrganismos do intestino do seu pet estão em harmonia! É a tecnologia de ponta ao seu alcance! Vamos juntos desvendar os mistérios do microbioma intestinal e manter a saúde e o bem-estar dos nossos amados!
Escrito por Flávio Francisco PhD
Referência
Jan S. Suchodolski, 2016. Diagnosis and interpretation of intestinal dysbiosis in dogs and cats. The Veterinary Journal, Volume 215, Páginas 30-37.
https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2016.04.011.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1090023316300338